Vasculhando meus documentos aqui no note, achei algumas histórias que escrevi já adulto, mas oriundas da época em que eu era criança. Histórias reais, encrencas acontecidas comigo e meus amigos na infância. Lembranças que não se apagam com o tempo.
No total são cinco histórias, mini contos. Nunca ninguém leu. Talvez nem as pessoas que me conhecem desde em que nasci sabem de algumas dessas aventuras em que me meti. Não sou muito de contar o meu passado. Sei me expressar melhor escrevendo, com todos os meus defeitos ou qualidades.
O primeiro texto é sobre o meu primeiro dia de aula. Medos, surpresas e impressões de uma criança entrando numa sala de aula pela primeira vez, sem ter a menor ideia do que é uma escola, alguém que pulou direto para primeira série, porque todas as vagas do prezinho estavam preenchidas. Ainda estava mascando chiclete no dia da matrícula. Já sendo informado na secretária que seria proibido mascar chiclete na sala de aula.
Meu Primeiro dia de Aula
Eu me aprontei para sair. Havia vestido uma roupa que jamais usei. Calção azul-escuro, camisa branca, um círculo azul e gigantesco desenhado no meio, com algo escrito, que eu não entendia o que era. Diziam que eu ia para a escola. Escola? O que era uma escola? Eu não tinha ideia. Então minha mãe me pegou pela mão e me levou para conhecê-la.
Chegando ao Dom Pio de Freitas, eu me deparei com uma multidão. Adultos, crianças e adolescentes. Muitos estavam aglomerados no pátio. Esperavam alguma coisa. O que será? A minha pergunta não demorou a ser respondida. O meu nome se encontrava numa das listas da primeira série. Então, minha mãe e eu seguimos em direção a uma determinada sala, acompanhados de uma porção de gente.
Um a um os alunos foram entrando na sala e escolhendo um lugar para se sentar. Entrei um pouco com medo e inseguro. A minha mãe ficou do lado de fora. Tive vontade de chorar quando me vi sozinho num lugar estranho e desconhecido. Mas me segurei. Contudo alguns dos meus colegas não foram capazes de me copiar e, através das lágrimas, deixaram transparecer o medo.
A professora tomou a palavra, apresentou-se. A voz dela era suave. Ela tinha tudo aquilo que precisávamos naquele instante: doçura, bondade e paciência. Pouco a pouco fomos nos acalmando e perdendo o medo. Ela nos ensinou algumas canções. Então ocorreu uma transformação, igual transformar água em vinho. Aquela turma chorona e amedrontada passou a ser uma turma alegre e festeira. Cantávamos, pulávamos, aprendíamos coreografias. Isso durante todo o período da manhã. Se eu soubesse que a escola era assim tão legal, já teria vindo antes.
A nossa diversão só teve fim quando o sinal tocou. Foi à hora de se despedir da professora com leve tristeza e o momento de saber se os meus pais cumpriram a promessa de vir me buscar. Saí da sala, apreensivo. E se eles estivessem se esquecido de mim? O que aconteceria comigo? Eu não sabia o caminho de casa. Entretanto, o meu pai estava lá me esperando, sentado na bicicleta. Só a cabeça dele aparecia, porque ele estava atrás do muro da escola, próximo ao portão. Corri feliz ao encontro dele e, tão logo que montei na garupa da bicicleta, partimos.
A caminho de casa, driblando pais e estudantes, continuava fresca na memória a ótima impressão que tive da escola. Comemorava o fato de ter que voltar aquele lugar agradabilíssimo. Não interessava que no dia seguinte eu descobriria que estudar não era nada daquilo que imaginava, aprenderia a somar e o alfabeto, as canções só seriam cantadas no início da aula. Na garupa da bicicleta, eu via a escola como o lugar mais legal da face da Terra, e sabia que eu e os outros estudantes éramos uns privilegiados por frequentarmos aquelas salas de aula onde aprendíamos a cantar, onde o nosso único dever era se divertir.
Um a um os alunos foram entrando na sala e escolhendo um lugar para se sentar. Entrei um pouco com medo e inseguro. A minha mãe ficou do lado de fora. Tive vontade de chorar quando me vi sozinho num lugar estranho e desconhecido. Mas me segurei. Contudo alguns dos meus colegas não foram capazes de me copiar e, através das lágrimas, deixaram transparecer o medo.
A professora tomou a palavra, apresentou-se. A voz dela era suave. Ela tinha tudo aquilo que precisávamos naquele instante: doçura, bondade e paciência. Pouco a pouco fomos nos acalmando e perdendo o medo. Ela nos ensinou algumas canções. Então ocorreu uma transformação, igual transformar água em vinho. Aquela turma chorona e amedrontada passou a ser uma turma alegre e festeira. Cantávamos, pulávamos, aprendíamos coreografias. Isso durante todo o período da manhã. Se eu soubesse que a escola era assim tão legal, já teria vindo antes.
A nossa diversão só teve fim quando o sinal tocou. Foi à hora de se despedir da professora com leve tristeza e o momento de saber se os meus pais cumpriram a promessa de vir me buscar. Saí da sala, apreensivo. E se eles estivessem se esquecido de mim? O que aconteceria comigo? Eu não sabia o caminho de casa. Entretanto, o meu pai estava lá me esperando, sentado na bicicleta. Só a cabeça dele aparecia, porque ele estava atrás do muro da escola, próximo ao portão. Corri feliz ao encontro dele e, tão logo que montei na garupa da bicicleta, partimos.
A caminho de casa, driblando pais e estudantes, continuava fresca na memória a ótima impressão que tive da escola. Comemorava o fato de ter que voltar aquele lugar agradabilíssimo. Não interessava que no dia seguinte eu descobriria que estudar não era nada daquilo que imaginava, aprenderia a somar e o alfabeto, as canções só seriam cantadas no início da aula. Na garupa da bicicleta, eu via a escola como o lugar mais legal da face da Terra, e sabia que eu e os outros estudantes éramos uns privilegiados por frequentarmos aquelas salas de aula onde aprendíamos a cantar, onde o nosso único dever era se divertir.
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