Contos de Ernane Martins

sábado, 26 de novembro de 2016

Você sempre soube quem eu era


Em uma aldeia vivia uma linda menina com sua família, Um dia, ela estava voltando da escola, era tempos de inverno e havia muito neve, quando ela se deparou com uma cobra, que a abordou:

- Por favor, me ajude, estou com muito frio, e machucada, não sobreviverei a essas colinas geladas, me leve para sua casa.

A menina pensou, pensou...  Num determinado instante, teve um pensamento súbito: se eu levar essa cobra para casa, tratarei dela e ela será minha amiga, ninguém na escola mexerá mais comigo. Então a menina enfiou a cobra na mochila e foi,,,

Ela tratou a cobra com todo carinho, deu alimento. Levava para a escola e seus coleguinhas ficavam amedrontados quando a via, portanto não mexiam com a menina. Enquanto isso a cobra ia ficando forte e sarada de seus machucados,,,

Quando a cobra já estava pronta para voltar para seu habitat natural, como em um passe de mágica,  ela deu um bote no pescoço da menina, depositando seu veneno fatal. A  menina com lágrimas no olhar apenas perguntou:

- Como pode fazer isso comigo? Eu cuidei de você quando mais precisou, te dei comida, sarei suas feridas expostas, e te dei carinho. O que te faz me pagar assim?

Então a cobra saiu rastejando e apenas respondeu:

- Pois você sempre soube que eu era uma "cobra".

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

A Barata da Vizinha


É engraçado contar essa história. Aconteceu numa festa. Mas não fui convidado e nem entrei como penetra, mas foi como se estivesse presente na festa, visto os convidados, a animação, os comes e bebes, a bagunça e a bendita banda que começou a tocar a meia-noite.

Era a festa de inauguração de um casarão, no alto do morro, na rua oposta aquela que resido. O casarão se localiza há uns 50 metros da minha casa, que se encontra quase no comecinho do morro. 

Ao anoitecer, eu tinha ouvido o som da festa, nada exagerado, nada que pudesse me causar algum incômodo. Já estava quase chegando a meia-noite e a inauguração, no meu ingênuo palpite, seguia em ritmo de encerramento, com todo mundo já tendo jantado. Fui me deitar certo de que o barulho que ouvia não atrapalharia meu sono. De repente, a meia-noite em ponto, uma banda começa a tocar em alto volume.  

Quem disse que conseguia dormir com a voz do cantor dentro do meu ouvido, junto com os instrumentos musicais, com aquela música que ia do rock a MPB, passando por outros ritmos, sempre brasileiros. 

O que me tranquilizava um pouco era saber que a banda, que imaginei que havia sido contratada pelo dono do casarão, logo encerraria o show. Então conseguiria dormir mesmo perdendo umas duas horas de sono. 

Ledo engano. Acho que já passava das duas horas da manhã e a banda seguia com o show, parecendo cada vez mais animada. Cheguei a conclusão que a banda deveria ser integrada pelos parentes dos donos do casarão. Por isso que ela não encerrava as suas atividades e nem dava ares de que se encerraria. 

Tive vontade de chamar a polícia. Mas nunca fui um estraga prazer. Esperei que os vizinhos fizessem o trabalho sujo por mim. Esperei a toa, porque eles não fizeram. Outra hora, pensei em me levantar da cama e ir até o casarão, reclamar do som, até que horas que vai essa droga de festa aí. Quem sabe eles não me convidassem para participar da festa, oferecesse uma cerveja e um prato saboroso. Quem sabe eu não aceitasse o convite e não começasse a me divertir na companhia deles. Porém só me mexia para virar de um lado pra outro da cama. 

4 horas da manhã, então começou a tocar a música A Barata. 

  Toda vez que eu chego em casa,
a barata da vizinha está na minha cama.
Toda vez que eu chego em casa,
a barata da vizinha está na minha cama.

Diz aí Luis Fernando o que "cê" vai fazer

O cantor levou o microfone até próximo de alguém, que cantou e falou, desafinado:


Eu vou comprar um chicote pra me defender.
Diz aí Luis Fernando o que "cê" vai fazer.
Eu vou comprar um chicote pra me defender.

Ele vai dar uma chicotada na barata dela
Ele vai dar uma chicotada na barata dela
Ele vai dar uma chicotada na barata dela
Ele vai dar uma chicotada na barata dela

Toda vez que eu chego em casa,
a barata da vizinha está na minha cama.
Toda vez que eu chego em casa,
a barata da vizinha está na minha cama.

Esse pagode da Barata da Vizinha se deixar vai embora, não tem hora pra acabar. Pelo jeito, por estarem participando da música, os convidados estavam animadíssimos, e eu ficando cada vez mais irritado. “Vou dar uma paulada na barata dela... Vou dar uma furada na barata dela. Vou dar uma esporada na barata dela”. A música estava caminhando pela sacanagem; e eu já revoltado, passando pela minha cabeça uma imagem lésbica, pensei: porque ninguém diz que vai dar uma encoxada na barata dela. Pior é que, logo depois, uma mulher cantou que ela ia dar uma encoxada na barata dela.

Pela enésima quadragésima vez, o pagode da barata voltou ao início:

Toda vez que eu chego em casa,
a barata da vizinha está na minha cama.
Toda vez que eu chego em casa,
a barata da vizinha está na minha cama.

Diz aí Vitória o que "cê" vai fazer.

Silêncio ao microfone, pela primeira vez. 

O cantor, os convidados e a banda repetiram a canção, deram um pouco mais de tempo para Vitória pensar numa palavra que daria ritmo a música, para continuar a brincadeira, a diversão. Quem sabe ela não foi pega de supetão. 

Toda vez que eu chego em casa,
a barata da vizinha está na minha cama.
Toda vez que eu chego em casa,
a barata da vizinha está na minha cama.

Diz aí Vitória o que "cê" vai fazer.

A Vitória não abriu a boca. Devia estar sentada numa mesa ao ar livre e com cara de quem estava de saco cheio da festa, cansada de ouvir pela enésima quadragésima vez essa música enjoativa da barata e estava querendo ir pra casa dormir. Igual o que eu estava tentando fazer. 

Ao se recusar a participar da brincadeira, a Vitória literalmente acabou com o pagode da barata da vizinha. Na verdade, ela acabou com a festa. Abanda cantou mais ou duas canções, mas sem o mesmo entusiasmo de antes. O som da música foi baixando mais e mais, até que parou de vez, com uma microfonia daquelas que doem. 

Então, graças a Vitória, o sossego voltou a tomar conta da vizinhança e eu pude dormir.

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

A origem dos Contos de Fadas. A Princesa e o Coitado do Sapo




Esqueça o lindo romance que sobrepujou preconceitos e uniu A Princesa e o Sapo. Quando surgiu, a história falava sobre amizade: uma princesa mimada perdia sua bola favorita e um sapo falante se oferecia para encontrá-la. Surgia assim uma bela parceria – e o bicho até ia morar com a garota. Mas, certo dia, irritada com o amigo grudento, a princesa arremessava o coitado na parede! E, para nossa surpresa, era isso que quebrava a maldição: ele se revelava um lindo príncipe. Ou seja, nada de beijo, nada de amor verdadeiro: o casal só ficou unido porque brigaram muito e partiram para a porrada!

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Origem dos contos de fadas. Versão Canibal dos 3 Porquinhos



O canibalismo, assim como a violência sexual, davam o tom em muitas das narrativas que virariam os contos de fadas modernos. Na história dos Três Porquinhos, o terceiro porco, aquele que construiu a casa de tijolos que o lobo não consegue derrubar com seu sopro, é o que se dá bem em todas as versões. Na narrativa oral original, ele não se importava nem de comer os próprios irmãos. Nela, a esperteza e a resistência do terceiro porco em cair em tentações que prometem recompensas imediatas, mas comprometem o futuro, é enfatizada com detalhes de crueldade e canibalismo. O lobo devora os dois primeiros porquinhos assim que consegue destruir suas casas. Ao tentar entrar na residência de alvenaria do terceiro, usando a chaminé, ele acaba morto ao cair numa armadilha com um caldeirão de água fervente que o esperava no final da descida. O terceiro porquinho então prepara e devora, sem dó nem piedade, o lobo que levava seus dois irmãos no estômago.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

A Bela Adormecida Estuprada


Continuando com a série A Origem dos Contos de Fadas, A Bela Adormecida

Essa sim tem um passado bizarro. Nas primeiras versões, ao invés de espetar o dedo numa agulha e cair desacordada, a bela adormecida tinha uma "farpa" encravada debaixo da unha. Parece uma mudança pequena, mas ela nos leva ao ponto que realmente importa. Nessa mesma versão, o príncipe não é tão encantado assim, e resolve, digamos... se satisfazer na bela ainda adormecida. Depois de satisfeito, ele simplesmente vai embora. Nove meses depois, a adormecida dá luz a gêmeos que, em busca de leite acabam acidentalmente chupando o dedo dela, retirando assim a farpa amaldiçoada.

E a coisa não para por ai, o príncipe que a engravidou (estuprou) continuou voltando (se é que vocês me entendem) durante os nove meses. Quando ele chegou lá e encontrou a bela, já não mais adormecida e com duas crianças, ele decidiu se casar com ela (pelo menos isso, né?), mas ele não poderia levá-la ao seu castelo, pois sua mãe era uma OGRA! (o feminino de ogro é ogra?) que tinha o habito de comer qualquer criança que aparecesse em seu caminho.

Por isso ele esperou alguns anos até que seu pai morresse e ele virasse rei para aí então poder levar sua mulher para seu reino. E assim aconteceu, mas na primeira viagem que ele fez, sua mãe ogra resolveu fazer o que todo ogro tem que fazer: comer seus dois netos, e não satisfeita, também sua nora. Mas, com a ajuda do cozinheiro a bela acordada conseguiu se esconder até o retorno de seu marido (rei “half-ogro”), que quando ficou sabendo dos planos de sua mãe (ogra) mandou mata-la. Bunito né!?

Em outras versões, o príncipe na verdade já era rei, e a mãe ogra era a esposa do rei, o resto é bem parecido. A esposa ciumenta quer, como vingança, comer (no sentido alimentício) os dois filhos bastardos do rei, mas acaba sendo descoberta e é queimada viva numa fogueira. Moral da história, se você encontrar uma mulher desmaiada num bosque, se divirta e não volte nunca mais; ou, se você for uma ogra, não tente comer seus netos; ou ainda, se vocês for uma mulher adormecida no meio do bosque, use cinto de castidade, ou ainda, não espete seu dedo numa agulha amaldiçoada!

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Cinderela Assassina



A história de Cinderella teve várias versões antes de virar o conto de fadas sobre uma mocinha boazinha e injustiçada consagrado nos desenhos animados da Disney. O italiano Giambattista Basile a chamou de Gata Borralheira e na sua versão ela se alia à governanta para assassinar a madrasta malvada. O plano era simples, esperar o primeiro vacilo e atacar. Um dia a madrasta agacha-se para pegar roupas num baú e a Gata Borralheira não pensa duas vezes para ir lá e fechar a tampa na cabeça da megera. Já para os irmãos Grimm, não é Cinderella quem a mata e sim pombos que comem seus olhos. Além do ataque dos pássaros, essa versão traz as irmãs cruéis de Cinderella fazendo qualquer coisa para que seus pés entrem no sapatinho de cristal levado pelo príncipe. Elas não se importaram de cortar fora dedos ou arrancar pedaços dos calcanhares para que o calçado servisse nelas, elas passam o resto de suas vidas como mendigas cegas enquanto Cinderela vive no castelo do príncipe. Esse conto tem suas origens por volta do século I a.C, no qual a heroína de Strabo se chamava Rhodopis, não Cinderela. A história era muito parecida com a atual, com exceção dos sapatinhos de cristal e da abóbora.

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

João e Maria ( Assustador)


Essa por si só já é assustadora, afinal, um pai que larga os filhos na floresta para morrer de fome não é lá o tipo de coisa que se lê para crianças certo!? Mas, numa versão mais antiga, a madrasta má, que pressiona o marido a lagar seus filhos na floresta, e a bruxa má são a mesma pessoa. Achei isso bem esquisito, mas as duas personagens tem personalidade bem similar. Outra alteração feita durante os anos foi com relação à própria bruxa que, em certa versão da história, na verdade é um casal de demônios, e ao invés de cozinhar João, eles querem estripa-lo num cavalete de madeira.

Quando o demônio "macho" sai para uma caminhada, a "demônia" manda Maria ajudar João a subir no cavalete, assim, quando seu marido voltar, tudo já estaria preparado. A esperta Maria finge não saber como colocar João deitado e pede para a "demônia" mostrar como se faz. Quando ela deita no cavalete, João e Maria a amarram ela e rapidamente cortam sua garganta. Depois fogem levando o dinheiro e a carroça do pobre casal de demônios.

sábado, 5 de novembro de 2016

A Tristeza da Pequena Sereia


Uma historinha cheia de mutilações, traição e tragédias. Essa é a atmosfera da narrativa escrita pelo dinamarquês Hans Christian Andersen no século 19 e que virou um dos clássicos dos contos de fadas em versões amenizadas, como a da Disney. Na história original, há sangue para transformar sua cauda em duas pernas, mas a cada tentativa de andar como uma humana elas doíam e sangravam para os lados. A pequena sereia chamada Ariel deseja se tornar humana para poder conquistar o príncipe por quem se apaixonou. Na sua sina, teve a língua cortada pela Bruxa do Mar e tentou fazê-la sofrer bastante. Para piorar, o tal príncipe a menosprezou e preferiu casar com outra. Quando Ariel vê o príncipe casar-se com outra e entra em desespero. Oferecem-lhe uma faca com a qual ela poderia matá-lo, mas, em vez disso, rejeitada, não lhe restou alternativa a não se matar pulando no abismo. Até o próprio Andersen achou que pegou pesado demais e mudou o final. Na versão amenizada, em vez de cometer suicídio, a pequena sereia transforma-se em espuma do mar. Em outra versão ela se torna “filha do ar”, esperando ir para o céu. De qualquer forma, ela morre.


quinta-feira, 3 de novembro de 2016

O Flautista de Hamelim


Um flautista contratado para livrar o povoado de Hamelin de uma infestação de ratos cumpre sua parte do acordo, atraindo com a música que sai de seu instrumento mágico os roedores para fora da cidade. Na hora de receber o pagamento, ele leva um calote. Na versão "conto de fadas", sua vingança é usar a flauta mágica para atrair todas as crianças para uma caverna e prendê-las lá até que receba o que lhe prometeram. Após o pagamento, ele as liberta. Mas na versão original, que surgiu provavelmente na Idade Média, nos territórios que formariam a Alemanha, o final não é nada feliz. Após levar o calote, o flautista atrai as crianças para um rio onde elas morrem afogadas. Há várias teorias sobre o que o flautista de Hamelin simbolizaria nas narrativas orais antes de virar uma história para crianças. Para alguns, ele seria a representação de um serial killer, para outros uma metáfora para as epidemias que dizimavam populações, como a peste, e para muitos remetia ao processo de migração para colonizar outras regiões da Europa. 

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Sine cera

Moisés, a estátua de mármore de Michelangelo

Alguém sabe qual a origem da palavra sincero? Eu também não sabia até alguns dias atrás. Na antiga Roma, os escultures faziam as suas obras de arte em pedras de mármore. O que acontecia quando o
escultor errada a mão e fazia um buraco onde não devia em sua estátua? Em vez de descartar a pedra inteira e começar tudo de novo, ele cobria o buraco com cera, da mesma cor do mármore. 

Só que os clientes davam mais valor a escultura que não tinha nenhuma falha. Nessa época já existia desonestidade, escultores não contavam sobre as imperfeições de suas estátuas de mármore. Na hora da compra, o cliente não percebia as falhas. 

Mas depois de um tempo as imperfeições vinham à tona e se descobria que era uma escultura "cum cera".Sabedores dessa fraude, os escultores honestos faziam questão de ressaltar que suas estátuas eram "sine cera", ou seja, eram sinceras, verdadeiras, autênticas, honestas.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Origem dos contos de fadas. A história sangrenta de Chapeuzinho Vermelho



1. ERA UMA VEZ…

A maioria dos contos de fadas, como Chapeuzinho Vermelho, surgiu por volta da Idade Média, em rodas de camponeses na Europa, onde eram narrados para toda a família. “A fome e a mortalidade infantil serviam de inspiração”, diz a especialista em histórias infantis Marina Warner, da Universidade de Essex, na Inglaterra

2. COMIDA DE VÓ

Numa versão francesa da história, após interrogar Chapeuzinho na floresta e pegar um atalho para a casa da vovó, o lobo mata e esquarteja a velhinha sem dó.A coisa piora quando o vilão, já fingindo ser a vovó, oferece a carne e o sangue da vítima, como se fosse vinho, para matar a fome da netinha – que come e bebe com gosto!

3. TIRA, TIRA…

Após encher o bucho e praticar canibalismo sem saber, Chapeuzinho ainda tira a roupa e joga no fogo,a pedido do lobão! O clima, porém, não é nada infantil, com a garota perguntando o que fazer com a roupa a cada peça tirada. O lobo só tinha uma resposta: “Jogue no fogo, minha criança. Você não vai mais precisar disso…”

4. SEDUÇÃO INFANTIL

Ao se deitar ao lado do lobo, já totalmente nua, Chapeuzinho começa a reparar no físico do vilão, como se desconfiasse de algo. Admirada,a menina começa a exclamar: “como você é peluda, vovó”, “que ombros largos você tem” e “que bocão você tem”, entre outros elogios à anatomia do bichão…

5. FINAL FELIZ

Ao fim da versão francesa, Chapeuzinho, sentindo-se ameaçada, pede para sair e fazer suas necessidades fora da casa. O lobo, nojentão, insiste para que ela faça xixi na cama mesmo mas acaba deixando a menina sair. Esperta, Chapeuzinho aproveita o vacilo do vilão e escapa.

6. FINAL SANGRENTO ALTERNATIVO

O francês Charles Perrault foi o primeiro a pôr muitos contos de fadas no papel, no século 17. Ele tornou o final da história mais sangrento – com o lobo jantando a mocinha – e introduziu a famosa moral da história, dizendo que “crianças não devem falar com estranhos para não virar comida de lobo”

7. FINAL AMENIZADO

No século 19, os irmãos alemães Jacob e Wilhelm Grimm, famosos compiladores de contos que até então só eram transmitidos oralmente, inventaram a figura do caçador. No fim da história, ele aparece e salva a pele de Chapeuzinho e da vovó, abrindo a barriga do lobo com um tesourão

Fonte: Mundo Estranho

sábado, 22 de outubro de 2016

Príncipe, Silvio Santos e eu


Escrevo já faz algum tempo Perdi a conta até. Durante algum tempo da minha vida, achava que não era capaz de escrever alguma coisa que as pessoas gostassem. Sempre esbarrei na falta de fé e confiança. Mas essa fase passou e eu lancei um livro, Brisa e Vendaval, e agora publiquei um outro, O Tesouro de Eugênio. 

Mais uma vez achei que as coisas iam dar erradas pra mim. As vezes tenho a impressão que sou meio perseguido pela falta de sorte. Todo vez que penso em sair de casa para vender o meu livro, alguma coisa acontece de errado. Dessa vez pensei que ia chover ou ia acontecer alguma coisa com o meu irmão, Aldir, Di para os íntimos, e ele não me levaria a Feira do Príncipe. 

O domingo amanheceu cinzento. O sol pintou e depois desapareceu entre as nuvens quando estava me arrumando. Já pensei que ia chover. O meu irmão também estava demorando um pouco para chegar e comecei a pensar na minha falta de sorte. 

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

O Incrível comercial alemão

Estudantes alemães gravam vídeo incrível, uma propaganda que parece coisa de cinema. "Querido irmão" é uma história comovente e tocante sobre dois irmãos que visitam os lugares que marcaram a juventude de ambos. As belas paisagens da Escócia, a trama e o final inesperado não deixarão ninguém indiferente

 

sábado, 15 de outubro de 2016

Noiva se atrasa e noivo resolve dar show

 Adlam Cruz é um músico bastante talentoso. Estava em seu casamento, a noiva estava se atrasando. Invés de ficar irritado, o que ele fez? Resolveu dar um show ao piano. No final do vídeo dá vontade de dizer:

- AVISA PRA NOIVA AGUENTAR MAIS UNS.....50 MINUTOS LA FORA.....


quinta-feira, 13 de outubro de 2016

5 fotos que mostram que há esperança no mundo

Neste mundo de guerras, violência e discriminação é muito importante continuar mantendo o sentimento de compaixão, sabendo ajudar em situações que exigem isso. Não importa qual país seja, mesmo o menor ato de bondade pode lhe dar mais amor e alegria do que todas as riquezas do mundo.

Divido com você 5 lindos exemplos de bondade ao redor do mundo. Fonte: Incrível.club


Em um metrô canadense uma catraca quebrou e não havia empregado. Isso foi o que deixaram os passageiros na entrada do metrô.



Um dia Vadim, de 12 anos, da cidade de Minusinsk encontrou na frente de sua casa um pequeno pardal. Sendo uma criança responsável e solidária, cuidou do passarinho e o resgatou. Agora o pardal chamado Abby não larga seu salvador, nem por um minuto.



Este homem deu seu calçado a uma menina de rua do Rio de Janeiro.



Um bombeiro dá água para um coala durante os incêndios florestais.



10 mil pessoas se reuniram na rua em frente da casa de Delaney Brown, de 8 anos, para cantar canções de Natal. A menina foi diagnosticada com leucemia mielóide.

sábado, 8 de outubro de 2016

Tesouro de Eugênio 1ª Capítulo

Esse é o meu primeiro capítulo do  meu livro, O Tesouro de Eugênio.

Abrem-se as cortinas

Todos estavam falando que o Brasil ia sediar pela primeira vez na história a Copa do Mundo de Futebol. Um tal de Jules Rimet queria ressuscitar a competição que já tinha sido realizada em três ocasiões antes da guerra. Como a Europa estava em ruínas, o Brasil se ofereceu para sediar o evento, contanto que o torneio fosse realizado em 1950.

− Mas o que é a Copa do Mundo de Futebol? – perguntou Eugênio. 

O seu Toninho da mercearia explicou que se trata de uma competição que reúne as melhores seleções do planeta. Todos querem ganhá-la. Os jogadores atuam com raça, fibra e disposição. O país vencedor recebe uma taça de ouro e desfruta da glória de não haver no mundo uma equipe melhor que ela. 

− E o Brasil vai participar dessa competição?

− Vai sim, meu filho – respondeu Toninho com excitação. 

− Que bacana! E o Brasil tem chance de ganhar a taça de ouro?

− Muitas, meu filho! Os europeus ainda não sabem, mas aqui se pratica o melhor futebol do mundo!

Mas para fazer bonito ao sediar uma competição tão importante, o Brasil precisava construir um estádio grande, moderno e funcional. E depois de um debate acirrado para escolher o melhor local, as autoridades decidiram construir o estádio na zona norte da cidade, num terreno baldio que servia de área de lazer aos moradores da região, perto de um rio de nome Maracanã. 

− No terreno que será erguido o Estádio Municipal funcionava o Derby Club – comentou seu Castro.

− Derby Club? – perguntou Eugênio, que o ajudava na quitanda. 

− O Derby Club era uma antiga arena de corrida de cavalos. Depois a sede se mudou para a Gávea, e o terreno da Tijuca foi esquecido. Anos mais tarde, deu origem ao Jockey Club. 

− Eu nunca fui a esse tal Jockey Club – disse Eugênio meio tristonho. 

− Qualquer dia eu te levo para conhecê-lo.

Seu Castro não demorou a cumprir a promessa. Foram ao Jockey Club num domingo à tarde. Eugênio entrou no hipódromo a passos rápidos. Achou lindas as arquibancadas, principalmente a do setor social, cujos frequentadores se encontravam elegantemente trajados. Depois contemplou longamente a pista, cercada pelo verde das montanhas, tendo à direita, ao fundo, o morro do Corcovado e o Cristo Redentor. Quando as corridas começaram, ele torceu e vibrou pelo cavalo de sua preferência igual aos outros espectadores. 

Mas, passado o encantamento inicial e no intervalo de uma corrida para outra, algo lhe chamou atenção. Havia um homem operando um equipamento esquisito, às vezes colocando o olho num buraquinho e girando uma manivela ritmicamente. Eugênio se aproximou interessado em descobrir o que era aquilo. 

As Aventuras de um Candidato a Vereador



Em toda eleição, após a apuração, tevês e jornais só mostram os candidatos vencedores, a trajetória de vida, o que fizeram para ganhar o pleito, como o candidato com 5% das intenções de votos terminou a eleição com 53% e venceu no primeiro turno.

Muito pouco se sabe dos candidatos derrotados, dos milhares de vereadores que perderam a eleição, dos candidatos com poucos recursos que não tiveram cabos eleitorais e dinheiro de empresários ou do partido para bancar sua própria campanha. 

Vou contar as aventuras do meu irmão, Aldir, que se encaixa no perfil de candidato sem recurso. Ele foi candidato a vereador na cidade de Araquari, Santa Catarina, cidade vizinha de Joinville. Ele é mais conhecido politicamente como Prof. Aldir, trabalha como professor de História no colégio Higino Aguiar. Mas, em meio a família e amigos, chamamos o Prof. Aldir de Di. Apelido que carrega desde a infância. 

Então, como você ia lendo, ele foi candidato a vereador. Como ele não tinha cabos eleitorais e ninguém para apoiá-lo, com a cara e com a coragem, ele saiu a rua para pedir votos. Batia palmas nas casas, apresentava-se e entregava o santinho do tamanho do cartão de crédito. Mas muita gente que mora em Araquari é pedicheiro, gosta de trocar seu voto por carrada de barro, cesta básica, pagamento de conta de luz etc. Mas o Di não entrou na política para fazer as mesmas coisas que outros fazem e se tornar um político corrupto. 

Só para não dizer que não trabalhou sozinho nessa campanha, pagou um haitiano para entregar santinho para ele, por 35 reais e por um dia. O sujeito estava desempregado e meu irmão resolveu ajudá-lo um pouco. 

sábado, 1 de outubro de 2016

Errar é "Umano"


Desde pequena, Nice era assim, não suportava ver as pessoas falando errado. Ouvir alguém maltratando o português era como se tivesse levando uma facada. Ela não conseguia se controlar e sempre acabava as corrigindo. 

Ela sabia que isso poderia criar problema, ser avaliada como chata. super certinha, sem educação. Mas isso era mais forte do que ela. Quando alguém dizia "futibol", ela corrigia logo: 

- Não se diz futibol, animal, se diz futebol!

Um dia, ela arranjou um namorado, Adalberto, que era tudo de bom. Carinhoso, dedicado e super atencioso. Mas ele tinha um defeito, o maior que poderia existir para ela. Ele tinha pouca escolaridade e vivia maltratando o português.

A convivência foi se tornando difícil. Ela não conseguia se controlar e vivia corrigindo o namorado a toda hora, em todos os lugares, na frente de amigos e de desconhecidos. Porém, ela gostava do Adalberto e de sentir o corpo escaldante dele debaixo do edredom.

Foi então que eles foram convidados para jantar na casa do patrão de Nice. Tudo corria bem. Adalberto, ouvindo os conselhos de Nice, mantinha  a boca a maior parte do tempo fechada. Lá pelas tantas, Adalberto soltou o carangueijo.

Nice protestou:

- Adalberto, o certo é caranguejo e não carangueijo!

E continuou: 

- Algumas pessoas tem o direito de serem burras, mas algumas abusam do privilégio. Vocês não acham? - perguntou ao patrão e a esposa.

Ah, para que ela fui dizer isso? Essa foi  a gota d'água. Adalberto foi embora na mesma hora. Disse, mais tarde,  falando o mais erradamente possível,  que não suportava viver ao lado de uma criatura que tinha mania de perfeição e que corrigia as pessoas o tempo todo. 

Nice queria continuar sentindo o corpo escaldante dele debaixo do edredom, de boca fechada, claro. Mas Adalberto não quis mais saber dela e colocou fim no namoro. 

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Conversa Amigável


Vou contar uma história bem interessante. Não sei se é verdade ou não. Até pensei em escrever um conto se eu não tivesse com preguiça. Me contaram. Como a gente vive no mundo de compartilhamento, resolvi passar adiante.

Vamos chamar o marido da nossa história de Carlos e o nome da mulher dele de Bianca. Além disso, Bianca tem uma irmã, Creusa, que é casada com Felipe.

Acontece que Felipe sempre desejou levar Bianca para cama. Mas, durante os primeiros anos de casamento, ele nunca tinha dado em cima dela.

Com passar do tempo, porém, o casamento dele caiu na rotina, o respeito que ele tinha por Carlos se perdeu e Bianca parecia cada vez mais bonita e irresistível. Então, numa festa familiar, afastado de todos, ele havia bebido bastante, tá certo, mas meio que brincando meio que falando sério, ele deu em cima da cunhada.

Bianca achou graça, não deu importância. Mas Felipe voltou a dar em cima dela, desta vez sóbrio. Repetiu a dose uma, duas, três vezes… Bianca começou a pensar que havia feito algo que desse a entender que ela sentia atração por ele, um sorriso, um olhar ou uma mexida de cabelo. Felipe continuou dando em cima. Ela não sabia o que fazer. Contar tudo a irmã? Contar tudo ao marido? Ela não aguentava mais. Decidiu contar tudo ao marido. 

Carlos não ficou nada feliz com o assédio que sua mulher vinha sofrendo. Agora era ele que não sabia o que fazer. Decidiu se aconselhar com um amigo. 

– Tenha uma conversa amigável com Felipe – disse o amigo.

– Amigável?!

Carlos se convenceu a seguir o conselho do amigo. Uma conversa amigável resolveria tudo, nunca mais se incomodaria com esse cunhado safado. 

De forma proposital, quando Felipe deixava o trabalho e embarcaria no carro, Carlos apareceu e pediu uma carona. Logo depois, já em meio ao trânsito da cidade, calmamente, Carlos contou que sabia que ele andava dando em cima da sua esposa. Felipe parou o carro e, através de uma voz trêmula, pediu desculpas e jurou que nunca mais daria em cima de Bianca. 

Pois é, a conversa “amigável” resolveu o problema, ainda mais com Felipe vendo uma arma apontada para sua barriga durante a carona. 

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Engravidou do Pokemon


Estava zapeando a Tv domingo a noite e parei no programa João Kleber. Rede Tv. Conhecem?

Ele tem um quadro sobre segredos. Uma mulher estava querendo contar um segredo para o marido. Eu já tinha visto esse quadro antes, o apresentador demora um monte para contar o segredo, ele faz a gente até perder a paciência. Só fiquei assistindo porque sabia que ouviria alguma bizarrice e acabaria rindo.

Uma vez, resistindo a vontade de trocar de canal. assisti uma moça confessando para mãe que era viciada em fumar papel higiênico. Não sei se isso é verdade ou não, ou tudo era uma armação. Mas acabei morrendo de rir. Esse mundo tem louco pra tudo mesmo.

Tô enrolando né? Vamos ao causo. A mulher queria contar ao marido o segredo. Ele estava ficando bravo, pensando mil coisas ruins a respeito da esposa. Ansioso para descobrir o que ela tinha para contar, que não tinha coragem de dizer em particular, com medo da reação dele ou sei lá o que.

Então ela revelou que adorava caçar Pokemon. Até pro mato ela foi atrás do Pokemon. Foi lá no mato que ela confessou tudo ao marido, sobre a transa que teve. Não com o seu amante, mas sim com o Pokemon. Isso mesmo, o Pokemon.

Não, isso não é tudo. Ele disse que estava grávida, grávida do Pokemom. Para finalizar, ela contou que o filho que eles teriam se chamaria Pikachu. Isso tudo na frente do marido, para choque e riso de toda a plateia e dos telespectadores.

Depois o quadro acabou e sorriso ficou.



quarta-feira, 14 de setembro de 2016

A Vida e a Viagem de Trem


"Nossa vida é:como uma viagem de trem, cheia de embarques e desembarques, de pequenos acidentes pelo caminho, de surpresas agradáveis com alguns embarques e de tristezas com os desembarques...


Quando nascemos, ao embarcarmos nesse trem, encontramos duas pessoas que, acreditamos, farão conosco a viagem até o fim: Nossos pais. Não é verdade?

Infelizmente, em alguma estação eles desembarcam, deixando-nos órfãos de seus carinhos, proteção, amor e afeto.

Muitas pessoas tomam esse trem a passeio. Outros fazem a viagem experimentando somente tristezas. E no trem há, também, pessoas que passam de vagão a vagão, prontas para ajudar a quem precisa. Muitos descem e deixam saudades eternas.

Outros tantos viajam no trem de tal forma que, quando desocupam seus assentos, ninguém sequer percebe. Curioso é considerar que alguns passageiros que nos são tão caros, acomodam-se em vagões diferentes do nosso. Isso obriga a fazer essa viagem separados deles. Mas claro que isso não nos impede de, com grande dificuldade, atravessarmos nosso vagão e chegarmos até eles. O difícil é aceitarmos que não podemos nos assentar ao seu lado, pois outra pessoa estará ocupando esse lugar.

Essa viagem é assim: cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, embarques e desembarques. Sabemos que esse trem jamais volta. Façamos, então, essa viagem, da melhor maneira possível, tentando manter um bom relacionamento com todos os passageiros, procurando em cada um deles o que tem de melhor, lembrando sempre que, em algum momento do trajeto, poderão fraquejar e, provavelmente, precisaremos entender isso.

Nós mesmos fraquejamos algumas vezes. E, certamente, alguém nos entenderá. O grande mistério, afinal, é que não sabemos em qual parada desceremos.

E fico pensando: quando eu descer desse trem sentirei saudades? Sim. Deixar meu filho viajando nele sozinho será muito triste. Separar-me de alguns amigos que nele fiz, do amor da minha vida, será para mim dolorido. Mas me agarro na esperança de que, em algum momento, estarei na estação principal, e terei a emoção de vê-los chegar com sua bagagem, que não tinham quando desembarcaram.

E o que me deixará feliz é saber que, de alguma forma, posso ter colaborado para que ela tenha crescido e se tornado valiosa.Agora, nesse momento, o trem diminui sua velocidade para que embarquem e desembarquem pessoas. Minha expectativa aumenta, à medida que o trem vai diminuindo sua velocidade... Quem entrará? Quem saíra?

Eu gostaria que você pensasse no desembarque do trem, não só como a representação da morte, mas, também, como o término de uma história, de algo que duas ou mais pessoas construíram e que, por um motivo íntimo, deixaram desmoronar.

Fico feliz em perceber que certas pessoas, como nós, têm a capacidade de reconstruir para recomeçar. Isso é sinal de garra e de luta, é saber viver, é tirar o melhor de "todos os passageiros". Agradeço a Deus por você fazer parte da minha viagem, e por mais que nossos assentos não estejam lado a lado, com certeza, o vagão é o mesmo."

sábado, 10 de setembro de 2016

A Cetra

Outra historinha real acontecida comigo, acho, se a memória não tiver me enganado. A Cetra. Conhecida pelos alemães de Joinville como chiloida. No Brasil ela é mais conhecida popularmente como estilingue. Essa atiradeira é responsável por meus amigos e eu termos nos metido numa enrascada, com quebra de gaiola, fuga e com risco enorme de apanharmos. 


A Cetra


Eu estava assistindo desenho quando, através da janela, vi o Márcio se deslocando para o fundo do quintal com uma sacola plástica na mão. Imediatamente desliguei a tevê e fui atrás dele. A curiosidade me levou a observá-lo meio de longe. Ele começou a construir uma cetra. Finalizando o projeto, ele passou a manuseá-la, testá-la, atirar pedras num alvo como esporte. 

Eu sabia que o Márcio não me deixaria brincar com a cetra se eu pedisse. Ia dizer que iria estragá-la. Porém eu era uma criança paciente e, às vezes, esperta. Uma hora ele largaria a cetra e a guardaria num lugar muito fácil de ser encontrada. Aí seria o momento de me divertir que nem ele. 

No dia seguinte, pela manhã, procurei pela cetra do meu irmão. Achei dentro de um armário velho, fora de casa. Nisto, ouvi o meu nome sendo dito e gelei. Não era o Márcio me chamando atenção e me dizendo para tirar as mãos da cetra, e sim dois dos meus  amigos. Que alívio! Berrei para que eles viessem ao meu encontro aqui atrás. 

Ne e Vinho eram irmãos. O Ne era três anos mais velho do que o Vinho. Diferente do Márcio e eu, eles se davam bem. O Ne era uma criança valente e corajosa, não tinha temor em subir em árvores. O Vinho era uma pessoa mais calma, mais amiga. 

Eu os apresentei a cetra. Eles ficaram com vontade de experimentá-la. Mas achei prudente não brincarmos com ela ali em casa, o Márcio podia nos ver e acabar com o nosso divertimento. Fomos a um matagal. Demos tiros dispersos, miramos em galhos, flores e latas. A cetra era passada de mão toda vez que a pedra atingia ou passava perto do alvo pretendido. 

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Meu primeiro dia de aula

Vasculhando meus documentos aqui no note, achei algumas histórias que escrevi já adulto, mas oriundas da época em que eu era criança. Histórias reais, encrencas acontecidas comigo e meus amigos na infância. Lembranças que não se apagam com o tempo.

No total são cinco histórias, mini contos. Nunca ninguém leu. Talvez nem as pessoas que me conhecem desde em que nasci sabem de algumas dessas aventuras em que me meti. Não sou muito de contar o meu passado. Sei me expressar melhor escrevendo, com todos os meus defeitos ou qualidades.

O primeiro texto é sobre o meu primeiro dia de aula. Medos, surpresas e impressões de uma criança entrando numa sala de aula pela primeira vez, sem ter a menor ideia do que é uma escola, alguém que pulou direto para primeira série, porque todas as vagas do prezinho estavam preenchidas. Ainda estava mascando chiclete no dia da matrícula. Já sendo informado na secretária que seria proibido mascar chiclete na sala de aula.


Meu Primeiro dia de Aula


Eu me aprontei para sair. Havia vestido uma roupa que jamais usei. Calção azul-escuro, camisa branca, um círculo azul e gigantesco desenhado no meio, com algo escrito, que eu não entendia o que era. Diziam que eu ia para a escola. Escola? O que era uma escola? Eu não tinha ideia. Então minha mãe me pegou pela mão e me levou para conhecê-la.

Chegando ao Dom Pio de Freitas, eu me deparei com uma multidão. Adultos, crianças e adolescentes. Muitos estavam aglomerados no pátio. Esperavam alguma coisa. O que será? A minha pergunta não demorou a ser respondida. O meu nome se encontrava numa das listas da primeira série. Então, minha mãe e eu seguimos em direção a uma determinada sala, acompanhados de uma porção de gente.

Um a um os alunos foram entrando na sala e escolhendo um lugar para se sentar. Entrei um pouco com medo e inseguro. A minha mãe ficou do lado de fora. Tive vontade de chorar quando me vi sozinho num lugar estranho e desconhecido. Mas me segurei. Contudo alguns dos meus colegas não foram capazes de me copiar e, através das lágrimas, deixaram transparecer o medo.

A professora tomou a palavra, apresentou-se. A voz dela era suave. Ela tinha tudo aquilo que precisávamos naquele instante: doçura, bondade e paciência. Pouco a pouco fomos nos acalmando e perdendo o medo. Ela nos ensinou algumas canções. Então ocorreu uma transformação, igual transformar água em vinho. Aquela turma chorona e amedrontada passou a ser uma turma alegre e festeira. Cantávamos, pulávamos, aprendíamos coreografias. Isso durante todo o período da manhã. Se eu soubesse que a escola era assim tão legal, já teria vindo antes.

A nossa diversão só teve fim quando o sinal tocou. Foi à hora de se despedir da professora com leve tristeza e o momento de saber se os meus pais cumpriram a promessa de vir me buscar. Saí da sala, apreensivo. E se eles estivessem se esquecido de mim? O que aconteceria comigo? Eu não sabia o caminho de casa. Entretanto, o meu pai estava lá me esperando, sentado na bicicleta. Só a cabeça dele aparecia, porque ele estava atrás do muro da escola, próximo ao portão. Corri feliz ao encontro dele e, tão logo que montei na garupa da bicicleta, partimos.

A caminho de casa, driblando pais e estudantes, continuava fresca na memória a ótima impressão que tive da escola. Comemorava o fato de ter que voltar aquele lugar agradabilíssimo. Não interessava que no dia seguinte eu descobriria que estudar não era nada daquilo que imaginava, aprenderia a somar e o alfabeto, as canções só seriam cantadas no início da aula. Na garupa da bicicleta, eu via a escola como o lugar mais legal da face da Terra, e sabia que eu e os outros estudantes éramos uns privilegiados por frequentarmos aquelas salas de aula onde aprendíamos a cantar, onde o nosso único dever era se divertir. 

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Um Poeta Apaixonado


"Certa vez um homem se apaixonou pela Lua
Ele passou noites inteiras contemplando sua beleza
O brilho que vinha do luar deixava o homem ainda mais apaixonado
Passou noites perdido nas praias, deitado na areia e admirando o céu
Admirando a valsa das estrelas, que dançavam em volta da lua
Enquanto a luz refletia nas águas o homem pegou um pedaço velho de papel e com um simples pedaço de lápis começou a falar de amor para sua amada lua, então ele dizia...

Lua linda que brilhas no céu
agora entendo porque dizem que você é de mel
Como é linda, seu brilho e sua clareza
Ainda que ande milhões de planetas
Não encontrarei tanta beleza

Lua linda que ilumina minha noite escura
perdoe minha loucura
Estou doente de amor
E ainda não encontrei a cura

Lua linda um dia vou para perto de ti
Te olhar a noite no céu me faz querer voar
Me faz querer te seguir
Continue a brilhar dai
que daqui estarei a sorrir..."

Um Poeta Apaixonado

terça-feira, 30 de agosto de 2016

13 Fotos que vão alegrar seu dia

A Internet está repleta de registros únicos de momentos divertidos que acontecem com as pessoas todos os dias ao redor do mundo.

Achei uma seleção de fotos fofas e engraçadas que vão trazer aquele risinho frouxo a sua face.



quarta-feira, 24 de agosto de 2016

9 Frases de livros infantis que nenhum adulto pode deixar de ler

Alguns dos livros preferidos do seu filho ou irmãozinho mais novo podem te ensinar lições valiosas sobre a vida, além de ajudar a superar os seus piores pesadelos!

Confira algumas das frases de livros infantis que todo o adulto deveria seguir como lição de vida!




sexta-feira, 19 de agosto de 2016

10 Tesouros Arqueológicos queTalvez Você não Conheça

As pirâmides do Egito, os templos do Angkor, a cidadela de Machu Picchu… Ruínas fabulosas, que nos falam de glórias do passado da humanidade. Mas já foram mais vistas do que o clipe de Thriller, do Michael Jackson. Há no mundo outros sítios arqueológicos também espetaculares e muito menos batidos. Estes são alguns deles:

1. Meroe e Napata (Sudão)
Ver pirâmides no Egito entre milhares de turistas é uma coisa; outra bem diferente é ver pirâmides (não tão espetaculares como as egípcias, isso é verdade) na solidão absoluta das areias ardentes do deserto da Núbia. Seu fôlego congela (e isso que faz 45 graus à sombra) quando você caminha sozinho entre estes campos de ruínas, com tumbas abertas e sem proteção alguma, ainda repletas de afrescos. Os reinos de Meroe e Napata chegaram a dominar o Baixo Egito por volta de 747 a.C.. Datam daquela época os sítios arqueológicos núbios, como os templos e a necrópole de Djebel Markal, perto de Karima; os campos de pirâmides de Nouri e Kourrou; os de Amara, Sebisi, Soleb e Saddenga, entre a segunda e a terceira cataratas, e o templo de Kawa, a leste de Dongola.

2. Great Zimbabwe (Zimbábue)
Embora ninguém acredite, na África Subsaariana existem ruínas de uma grande cidade erigida com pedra finamente esculpida antes do século XII, obra de uma civilização que dominava a técnica construtiva como nenhuma outra foi capaz no continente negro – nem antes nem depois. Aquele povo desapareceu, e o mistério de como ele aprendeu a usar a pedra morreu consigo, mas restaram as soberbas ruínas de Great Zimbabwe, a 50 quilômetros da cidade de Masvingo, como testemunho das suas grandezas.

3. Cidade maia de El Mirador (Guatemala)
Tikal é o grande conjunto arqueológico da Guatemala, o país “mais maia” da América Central. Mas ao norte da selva do Petén, já perto da fronteira com o México, foi descoberta outra cidade muito maior e mais espetacular do que Tikal: El Mirador. Para se ter uma ideia, bastam estas cifras: a pirâmide maior de El Mirador tem 72 metros de altura (a mais alta das Américas) e é maior em volume do que a pirâmide de Quéops, no Egito. Por enquanto, quase não houve escavações em El Mirador (os trabalhos estão em andamento), e para chegar lá é preciso encarar uma caminhada de cinco dias pela selva. Ou alugar um helicóptero.


terça-feira, 16 de agosto de 2016

História da Foto de Farol mais Famosa do mundo


Semana passada postei várias fotos magnificas de faróis espalhadas pelo mundo. Mas essa foto aí de cima me impactou. Quase por acaso, quando estava pesquisando sobre faróis, achei o história dessa foto e do faroleiro que a protagoniza. Matéria retirado do jornal El País.

"O farol se chama La Jument e é uma das lanternas de mar mais espetaculares da costa francesa. Está a dois quilômetros da ilha de Ouessant e foi construído entre 1904 e 1911 para sinalizar perigosíssimos escolhos que produziram inumeráveis naufrágios.

A história da foto se passa em 21 de dezembro de 1989. O fotógrafo francês especializado em imagens de faróis Jean Guichard sobrevoava de helicóptero La Jument em um dia de forte temporal buscando a foto perfeita das gigantescas ondas do Atlântico golpeando a estrutura do farol. Dentro, o faroleiro Theophile Malgorn, que na época tinha por volta de 30 anos, escutou as repetidas passagens do helicóptero e pensou que algo anormal estaria acontecendo; talvez o piloto estivesse tentando contatá-lo para avisar de algum naufrágio ou acidente. E em uma ação disparatada abriu a porta para ver o que estava acontecendo.

A ação completa durou apenas alguns segundos. Guichard viu aquele homem na porta e seu instinto de fotógrafo lhe disse que ali estava a composição perfeita: o homem e a força da natureza. Começou a disparar repetidamente sua câmera quase no momento em que uma nova onda gigante começava a abraçar com toneladas de água enraivecida a estrutura do farol. Nesse mesmo instante, o faroleiro Malgorn – na soleira da porta – escutou um trovejar seco, como um estampido brutal (o impacto da onda contra a frente do farol) e soube que havia cometido um tremendo erro. Tão rápido como abriu voltou a fechar a porta, um milésimo de segundo antes que a onda acabasse com ele. Estava vivo por um milagre. Nove imagens ficaram impressas no filme de Guichard – as que o motor da câmera lhe deu tempo de disparar – que o tornariam famoso para toda a vida e com as quais em 1990 obteria o segundo lugar no World Press Photo (o primeiro foi para a célebre foto de um manifestante chinês parando sozinho uma coluna de tanques na praça Tianammen).

O faroleiro Theophile Malgorn continua vivo na ilha de Ouessant e não quer que ninguém volte a lhe perguntar sobre a maldita foto. Pessoas próximas a ele me contam que ficou muito irritado naquele momento pois o colocaram em perigo mortal de maneira irresponsável e além disso por um motivo comercial; ele saiu para ver o que estava acontecendo por profissionalismo e quase perdeu a vida. Mas pouco tempo depois Guichard o visitou em sua casa, lhe presenteou com uma foto autografada daquele “momento decisivo” e ficaram muito amigos."

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

20 Faróis Impressionantes

Faróis são encantadores, ainda mais vendo essas fotos. Dá até pra se sentir na pele do faroleiro, o homem que cuida do farol, ouvindo o estrondo das ondas, quebrando contra o farol! Indo, talvez, recarregar as lâmpadas ou trocar o pavio, limpar as lentes ou manter todas as coisas arrumadas. Isso acontecia antes da automação, século 19 por aí, hoje as coisas são mais modernas. Mas os faróis continuam os mesmos, impressionantes e nos deixando de queixo caído.

França


Ostende, Bélgica


Maine, Estados Unidos


 Astúrias, Espanha


terça-feira, 9 de agosto de 2016

Parábola dos Dois Copos de Neve


A neve caía. Tudo em volta estava tranquilo, e os flocos de neve caíam desenhando círculos numa dança caprichosa, acercando-se lentamente à terra.

Dois flocos de neve que voavam perto um do outro começaram a conversar, e para que o vento não os afastasse, agarraram-se as mãos e um deles exclamou:

— Que fantástica a sensação de voar!

— Não estamos voando, só caindo — disse o outro triste.

— Logo nos encontraremos com a terra e nos converteremos numa linda cobertura branca para ela.

— Não, vamos nos encontrar com a morte: quando cairmos a terra vai nos pisotear.

— Vamos nos converter em pequenos rios e no final iremos ao mar. Seremos eternos, disse o primeiro.

— Não, vamos derreter e desaparecer para sempre — objetou o segundo.

No final cansaram de discutir.

Soltaram-se das mãos, e cada um deles voou de encontro ao destino que escolheu.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

A História da Rainha Sherazade


Num distante País vivia um homem bonito e honrado, esse rei, de nome Shariar, já havia sido muito feliz, sem saber que sua esposa guardava um terrível segredo: apesar de fingir que o amava, ela na verdade estava apaixonada pelo servo mais indigno da corte.

Um dia Shariar casualmente a surpreendeu num canto escuro do palácio nos braços do amante. Transtornado pela dor e pelo espanto, o soberano soltou um grito medonho e sacou da espada para cortar a cabeça da mulher infiel e do servo desleal.

Pouco tempo mais tarde um cavalo parou na frente do palácio, e o irmão do rei, Shazaman, entrou para visitá-lo. 

- Mas é inacreditável!” Shazaman exclamou. “ Pois pouco antes de partir a mesma coisa aconteceu comigo! Encontrei minha esposa beijando um de meus servos e, como você, também puxei a espada e cortei a cabeça dos pérfidos.

Dias depois Shazaman voltou para seu reino, e Shariar ficou postado junto à fonte, contemplando as águas límpidas com um olhar pensativo. Por fim fez um juramento terrível: 

- Amanhã à noite vou me casar de novo, mas não permitirei que minha mulher desfrute os privilégios de rainha. Pois, quando o dia clarear, mandarei executá-la. Na noite seguinte tomarei outra esposa e ao amanhecer ordenarei que a eliminem. E assim hei de fazer sucessivamente até que não sobre neste reino uma única representante do género feminino
.
Dito e feito. Toda a noite ele escolhia uma nova esposa e toda manhã mandava a infeliz para a morte. Seus súbditos viviam apavorados, temendo perder filhas, irmãs, netas. Muitos fugiram para outros reinos, e por fim restou nos domínios de Shariar uma só noiva disponível. Tratava-se de Sherazade, jovem de alta estirpe, filha do primeiro-ministro do soberano. O pobre homem se encheu de pavor e tristeza ao saber que ela estava condenada à morte. Sherazade, no entanto, não se desesperou. Era mais sábia e esperta que todas as suas predecessoras, e junto com a irmã caçula elaborou um plano meticuloso.

sábado, 30 de julho de 2016

A lenda de Narciso

Há muito tempo, na floresta passeava Narciso, o filho do sagrado rio Kiphissos. Era lindo, porém, tinha um modo frio e egoísta de ser, era muito convencido de sua beleza e sabia que não havia no mundo ninguém mais bonito que ele.

Vaidoso, a todos dizia que seu coração jamais seria ferido pelas flechas de Eros, filho de Afrodite, pois não se apaixonava por ninguém.

As coisas foram assim até o dia em que a ninfa Eco o viu e imediatamente se apaixonou por ele.
Ela era linda, mas não falava, o máximo que conseguia era repetir as ultimas sílabas das palavras que ouvia.

Narciso, fingindo-se desentendido, perguntou:

— Quem está se escondendo aqui perto de mim?

— … de mim — repetiu a ninfa assustada.

— Vamos, apareça! — ordenou — Quero ver você!

— … ver você! — repetiu a mesma voz em tom alegre.

Assim, Eco aproximou-se do rapaz. Mas nem a beleza e nem o misterioso brilho nos olhos da ninfa conseguiram amolecer o coração de Narciso.

— Dê o fora! — gritou, de repente — Por acaso pensa que eu nasci para ser um da sua espécie? Sua tola!

— Tola! — repetiu Eco, fugindo de vergonha.

A deusa do amor não poderia deixar Narciso impune depois de fazer uma coisa daquelas. Resolveu, pois, que ele deveria ser castigado pelo mal que havia feito.

Um dia, quando estava passeando pela floresta, Narciso sentiu sede e quis tomar água. Ao debruçar-se num lago, viu seu próprio rosto refletido na água. Foi naquele momento que Eros atirou uma flecha direto em seu coração.

Sem saber que o reflexo era de seu próprio rosto, Narciso imediatamente se apaixonou pela imagem. Quando se abaixou para beijá-la, seus lábios se encostaram na água e a imagem se desfez. A cada nova tentativa, Narciso ia ficando cada vez mais desapontado e recusando-se a sair de perto da lagoa. Passou dias e dias sem comer nem beber, ficando cada vez mais fraco.

Assim, acabou morrendo ali mesmo, com o rosto pálido voltado para as águas serenas do lago.

Esse foi o castigo do belo Narciso, cujo destino foi amar a si próprio.

Eco ficou chorando ao lado do corpo dele, até que a noite a envolveu. Ao despertar, Eco viu que Narciso não estava mais ali, mas em seu lugar havia uma bela flor perfumada. Hoje, ela é conhecida pelo nome de “narciso”, a flor da noite.

Mitologia Grega

quarta-feira, 27 de julho de 2016

13 Paisagens que Vão te Deixar de Boca Aberta

O planeta Terra conta com uma grande variedade de lugares tão magníficos que, ao vê-los, a única coisa a ser feita é parar e contemplar. São paisagens que deixam qualquer um sem palavras.


Ponte sobre a geleira Dachstein, Áustria

Sobre a geleira de Dachstein, nos Alpes, fica uma das pontes mais altas do mundo. Se você é daqueles que têm medo de altura, talvez seja melhor apreciar só nas fotos, porque se estivesse lá pessoalmente, a vertigem seria certeira.

Penhascos de Dover, Inglaterra

 Os famosos penhascos de giz ficam no litoral do condado de Kent (próximo ao Canal da Mancha). Por muitos anos, eles foram úteis aos marinheiros, como um sinal de que estavam próximos da costa da Inglaterra. Além disso, serviu como defesa natural perante invasões e os diversos conflitos encarados pelo país durante sua História.

Pico Vitória, Hong Kong

 O Pico Vitória fica a oeste de Hong Kong. Lá de cima, é possível conferir a paisagem fantástica da cidade, tanto de dia como à noite. É o ponto mais alto de toda a ilha de Hong Kong.
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